Os serviços cortaram em Novembro do ano passado o subsídio à mulher com uma filha menor, baseados na informação de que “tinha faltado a uma entrevista de emprego”, adiantou o mesmo responsável. Posteriormente “veio a verificar-se que afinal a mulher tinha comparecido à entrevista”, acrescentou.
Manuel João Dias assegura que a Segurança Social já tinha a informação corrigida no sistema desde o passado fim-de-semana, tendo já sido dado ordem para que fosse de novo atribuído o subsídio.
A mulher que se barricou argumentava que o erro tinha sido assumido em Dezembro, mas, por falta de resolução, a família “corria o risco de ir dormir para debaixo da ponte”, explicou ao PÚBLICO Assunção Monteiro. Depois de se ter fechado na casa de banho, ligou para o 112, dizendo que só sairia quando conseguisse falar com o Governador Civil de Viseu.
Tal não chegou a verificar-se já que decorrida meia hora, agentes da PSP abriram a porta e conduziram-na à esquadra.
O responsável pela segurança Social de Viseu considera o comportamento da mulher que se barricou “socialmente censurável”, além de “premeditado, afirmou.
O dirigente assegura que quando a mulher se dirigiu ao segurança, este mandou chamar uma assistente social, mas a mulher não quis aguardar, optando por se dirigir para a casa de banho onde se trancou. “Se tivesse falado com a assistente social, teria ficado a saber que a questão estava ultrapassada”, afirmou."
In: Público on-line
Blogs e alguns jornais fizeram hoje Tarouca saltar para a ribalta da Comunicação Social, no entanto, mais importante que a notícia é o seu significado, pelo menos na minha opinião, senão vejamos:
1 - Temos uma família a passar dificuldades em Tarouca. A Acção Social da Câmara de Tarouca fez alguma coisa? Se fez não resolveu o problema! O Serviço Local da Segurança Social fez alguma coisa? Se fez não resolveu o assunto. Foi preciso uma pessoa individual para resolver o problema. Concorde-se ou não com a atitude da Prof. Assunção, o que é certo é que a situação resolveu-se. Estamos a falar de uma pessoa que não tinha obrigação nenhuma de o fazer, a não ser uma obrigação moral, mas essa é de todos nós. Curvo-me perante a coragem da Sra. Professora e solidarizo-me consigo, até porque vai apanhar algumas "pedradas" da elite local.
2 - O Director da Segurança Social de Viseu perdeu uma grande oportunidade de estar calado. Um serviço que demora três meses a corrigir um erro, é de certo, um serviço mal dirigido. Em vez de criticar a atitude da Dra. Assunção, no mínimo deveria pedir desculpas e assumir as consequências, uma demissão não ficava mal.
3 - Três meses para corrigir um erro, num país onde a tecnologia é "o nosso grande sucesso" (até o "amigo" Hugo Chavez o diz) é, no mínimo caricato. No país do Simplex tudo deveria ser simples, os erros deveriam corrigir-se rapidamente e as pessoas deveriam poder votar nas eleições (como acontecia antes do Simplex)...
4 - Este é o país onde se deixa uma família sem o Rendimento, que lhe permite viver, durante três meses, onde se cortam subsídios a pessoas que mal ganham para comer, onde se cortam os salários dos funcionários púbicos de segunda (porque neste país há os de 1.ª, os dos Açores, onde se corta de um lado e se subsídia do outro, mas o nosso Primeiro Ministro, o nosso Presidente da República lamentam ... Então os portugueses elegem governantes para lamentarem, ou para tomarem decisões? Claro, é a autonomia, embora neste caso me pareça mais uma República das Bananas!) Este é o nosso país...que, infelizmente, caminha a passos largos para o abismo ... e não há quem lhe ponha a mão...
Felizmente há, ainda, muitas "professoras Assunção" por aí, que vão à luta, que arregaçam as mangas, que, sem olhar a meios, e tendo a noção que não podem mudar o mundo, começam por mudar o prédio, a rua, o bairro.
Estou muitas vezes em desacordo com a Dra. Assunção, como é público, mas hoje dou-lhe os parabéns, porque deu uma lição de vida a muita gente e eu assumo que faço parte dos que aprendeu e cresceu mais um bocadinho.