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COGITO

PENSAR! PENSAR TAROUCA, O PAÍS, O MUNDO!

PENSAR! PENSAR TAROUCA, O PAÍS, O MUNDO!

E A NOVELA DA "CRECHE" CONTINUA...

Tarouca: Ainda a Creche da Câmara
 
Na última edição, publicámos uma notícia sobre o que se está a passar com a abertura de mais uma Creche em Tarouca, da responsabilidade da Câmara Municipal. Mais se dizia que não se compreendia esta situação dado que pode vir a criar problemas ao funcionamento da Creche e Jardim Infantil da Santa Casa da Misericórdia...

...a funcionar a meio gás, num moderno edifício, com todas as condições e com a capacidade longe de se esgotar. Há lugar para 66 crianças e neste momento apenas frequentam este equipamento pouco mais de quarenta crianças.

Atempadamente, foi solicitada informação à Câmara que só surgiu depois de publicada a notícia. No essencial, a Câmara não responde às questões que lhe foram colocadas, nem aos problemas levantados na notícia. Aliás, em conversa com pessoa que conhece bem o processo, ficámos a saber que a resposta fornecida pela Câmara é a mesma que tem servido de fundamento desde sempre para justificar a construção e abertura desta Creche. Publicámos o desmentido da Câmara na edição online do NVR e damos aqui conta do essencial desse comunicado.

A autarquia esclarece que este serviço “constitui uma resposta social de âmbito concelhio e supraconcelhio, estando reservada 25% da sua capacidade total, para procura exterior ao município”.

O Equipamento Social em causa resultou de “uma candidatura apresentada pelo Município de Tarouca ao abrigo do Programa Operacional Regional Norte, no âmbito da tipologia equipamentos e serviços colectivos de proximidade”.

A autarquia adianta, no mesmo comunicado, que “a candidatura foi objecto de análise e aprovação, em sede de reunião da Plataforma Territorial Supraconcelhia do Douro, realizada em 19 de Agosto de 2009, tendo sido objecto de um parecer qualitativo, ao nível de prioridade elevada”.

A Câmara informou também que a referida creche nunca esteve para ser entregue à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tarouca, mas sim aos Projectos Sociais nos Bombeiros (PSB), Associação de Solidariedade Social, que prevê nos seus estatutos a criação de uma Creche Social. “O Estatuto de IPSS foi atribuído fundamentalmente porque o Centro Distrital de Viseu reconheceu que o Plano de Acção da Associação contemplava uma resposta social, extraordinariamente importante para o Concelho”, clarificou a autarquia.

TAROUQUENSES DISCORDAM

Contudo, nem todos os tarouquenses pensam desta forma, havendo mesmo quem entenda que não se conhece a figura de Creche supraconcelhia ou municipal, pois a mesma não tem tais características.

Mais nos foi dito que este assunto tem vindo a ser debatido na Assembleia Municipal, com repercussões entre a população mais informada de Tarouca, sendo alvo de críticas por parte pelo menos da população, em virtude de tal equipamento se mostrar desnecessário. Há mesmo quem nos tenha adiantado que melhor teria sido que a autarquia se tivesse empenhado num equipamento que acolhesse crianças de famílias desestruturadas, que faz muita falta na região e de um modo especial no concelho. E aqui é que parece residir a questão principal. A autarquia permitir-se gastar dinheiro em equipamentos desnecessários quando haveria necessidade de construir outros mais importantes.

Em face do comunicado da Câmara, dirigimos novo de pedido de informação à Câmara para sabermos se as pessoas que trabalham na Creche são funcionárias do município e quem lhes paga. Pedimos também que nos fosse remetido o protocolo assinado com a PSB – Projectos sociais nos Bombeiros e os estatutos desta associação. A Câmara não respondeu até agora.
À associação dos bombeiros dirigimos as mesmas perguntas e pedidos e ainda que nos informassem de onde vêm os fundos para o funcionamento da Creche, se à associação foi reconhecido o estatuto de IPSS, se recebe apoio da segurança social e quantas crianças frequentam a Creche. A associação respondeu, mas apenas para enviar os estatutos e o protocolo. Informou ainda que a associação “apresentou proposta ao Instituto da Segurança Social para o estabelecimento de acordo de cooperação na valência creche social e até ao momento ainda não obteve a resposta desejada, acreditando-se que tal venha a acontecer, para que se possa concretizar o tão ambicionado objectivo de gestão de tão importante equipamento social”. A associação, pela informação do Presidente da Comissão Instaladora, Domingos Manuel Pinto Nascimento, referiu também que ainda não lhe foram transferidas a gestão e a exploração das instalações. Assim, acrescentou não poder responder às demais questões colocadas no pedido de informações do NVR acima referido. Contudo, Domingos Nascimento realça a importância desta actividade de âmbito social, alargando a actuação das associações de bombeiros.

Desta informação deduz-se que efectivamente, a abertura e manutenção em funcionamento da Creche é da inteira responsabilidade da Câmara Municipal.
Os pedidos dirigidos à segurança Social de Viseu, praticamente nos mesmos termos, também ficaram sem resposta. Tentámos entrar em contacto telefónico com a Segurança Social mas sem êxito.

Portanto, resta manter os factos que foram publicados na nossa anterior edição.

Nota do Director:
UM COMENTÁRIO INFELIZ

No seu comunicado, a Câmara Municipal de Tarouca, através do seu Gabinete de Apoio à Presidência, pela mão da adjunta Cátia Rocha, permitiu-se tecer comentários em relação ao Notícias de Vila Real, nos seguintes termos: “O Município de Tarouca repudia e lamenta profundamente que exista este tipo de “jornalismo”, jornais feitos de boatos, meias palavras, meias verdades, completas mentiras…. Lamenta que existam “jornalistas” que façam deste tipo de escrita modo de vida. Atos que apenas desprestigiam quem os toma.”

Este comentário não pode deixar de levar uma resposta pois, como se diz aqui para cima, “quem não se sente, não é filho de boa gente”.

Nem a Cátia Rocha, nem o seu chefe de Gabinete, muito menos o senhor Presidente da Câmara como responsável por aquilo que se passa no seu Município e por aquilo que os seus colaboradores fazem ou escrevem, pelos vistos conhecem a linha editorial do jornal ou o jornalista que escreveu esta notícia, para se lhes dirigirem daquela forma. A ignorância é atrevida. Mas de quem exerce funções eleitas de tamanha responsabilidade, ou ocupa lugares de serviço público, espera-se bem mais do que um comentário despropositado, com o único objectivo de tentar atemorizar o jornalista e pôr em causa a credibilidade do Notícias de Vila Real.

Senhor presidente, quem não esclarece, é V. Exa. Quem diz meias verdade é V. Exa. Quem porventura mentirá é V. Exa. Esclarecesse V. Exa a tempo e horas o assunto que está em causa e provavelmente não estaríamos aqui, nós, e os seus munícipes, preocupados com estas questões. Por uma mera, mas importante, questão de cidadania. Mas não. Em relação a este assunto, nunca esclareceu nada, pelos vistos. Nem aos seus munícipes, nem os leitores do Notícias de Vila Real.

Estamos cá vai para 14 anos e orgulhamo-nos do jornalismo que fazemos. E pode ter a certeza que o jornalista que escreveu o texto não faz deste tipo de escrita modo de vida. Nem deste nem de outro. Não aceitamos lições de moral, muito menos de competência profissional. O senhor poderá não saber fazer mais nada do que ser político, como é há muitos anos. O jornalista, felizmente, sabe fazer muitas mais coisas, o que lhe permite escrever o que escreve, com independência e frontalidade, sem se vender ou ter de sucumbir perante a arrogância de quem quer que seja. Perante Tarouca ou qualquer outro município ou instituição.

Pode não estar habituado a este tipo de jornalismo, mas então vá-se habituando. É que, pelos vistos, o que está a fazer falta em Tarouca não são pessoas como o senhor, mas um jornal, digno desse nome e jornalistas que questionem e ponham em causa a sua actividade autárquica.

 

In: Jornal "Notícias de Vila Real" (versão on-line).

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